Como Fazer Pesquisa na Internet

Опубликовал Admin
26-06-2019, 09:00
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Desde que ganhamos acesso à internet, pesquisar nunca foi tão prático. Não precisamos mais nos deslocar até a biblioteca para pesquisar, pegar um livro emprestado e voltar lá para devolvê-lo (às vezes, com atraso). Basta entrar em um mecanismo de busca, digitar o que quer e clicar nos resultados. Mas, como tudo tem um lado bom e um ruim, a internet não ampliou somente o acesso à informação, mas à desinformação também. Existem métodos simples para não ser enganado por fontes tendenciosas e imprecisas, leia mais para saber quais são eles.

Sabendo por onde começar

  1. Decida por onde vai começar a pesquisa. Uma boa ideia é iniciar pelo diretório de pesquisa ou mecanismo de busca oferecido pela universidade ou empresa da qual você faz parte. Existem também bases de dados abertas ao público com artigos científicos, periódicos, publicações, etc. com revisão feita por pares como a Scielo e a Scopus. Há ainda sites de bibliotecas online cujo acervo pode ser acessado gratuitamente. "Revisão por pares" quer dizer que especialistas da área revisaram os artigos para atestar sua veracidade, precisão e nível de informação antes de serem publicados. Mesmo que a pesquisa não seja formal e sim para aprimoramento pessoal, pesquisar artigos acadêmicos é a melhor forma de conseguir dados atuais, corretos e confiáveis.
    • É possível acessar essas bases de dados pelo site da própria biblioteca. Algumas bibliotecas virtuais de universidades exigem um login com senha para o acesso remoto ao acervo.
    • Acesse o Google Acadêmico, que é específico para artigos acadêmicos online gratuitos e faça uma boa pesquisa.
  2. Procure em bases de dados por assunto. Existem muitas opções de bases de dados online por campo de atuação. Por exemplo, se a sua pesquisa é sobre educação, a Faculdade de Educação da USP tem uma lista de bases dentro desse segmento, com artigos revisados por pares e materiais com mais informações sobre o assunto; se está pesquisando sobre direitos humanos, a Biblioteca Virtual de Direitos Humanos da USP tem artigos e periódicos nacionais e estrangeiros.
  3. Peça ajuda para o bibliotecário. Vá pessoalmente se possível e converse com o bibliotecário responsável; eles são treinados para ajudar os usuários a fazerem uma pesquisa completa e eficiente, além de saberem quais fontes de informação são confiáveis.
  4. Tenha cuidado quando usar os mecanismos de busca comuns. Eles vasculham todos os sites indexados com os termos usados na busca e a partir daí, o processo é todo automático. Cada mecanismo tem seu algoritmo, que organiza os resultados de acordo com a relevância aos termos da pesquisa, ou seja, não existe interferência humana para monitorar a precisão deles. Os primeiros resultados não são necessariamente os mais adequados ao que você quer e sim, sugestões de um algoritmo que não tem como diferenciá-los. Dessa forma, nada garante a qualidade do conteúdo.
    • Sites mais malandros conseguem manipular os mecanismos de busca para aparecerem no topo da página, sendo que cada mecanismo usa seu algoritmo para gerar resultados com base no histórico de busca do usuário. Assim, os primeiros resultados do Google talvez não sejam os mesmos que apareceriam no Yahoo, mesmo que a frase seja a mesma nos dois.
    • Lembre-se de que estar na internet não faz de uma informação segura. Qualquer um pode fazer uma página na internet e a quantidade absurda de conteúdos equivocados, sem embasamento e maliciosos que existe atualmente muitas vezes ultrapassa as coisas boas que a internet oferece. Conversar com um professor ou bibliotecário e recorrer aos mecanismos de busca acadêmicos o ajudarão a identificar os melhores sites para sua pesquisa.
  5. Seja criterioso com os termos de busca. Existem diversas formas de se fazer uma pesquisa na internet, com infinitas combinações de termos e frases. Com isso em mente, é importante refletir sobre o que se espera de uma busca e tentar usar várias combinações de termos diferentes para obter um resultado mais preciso.
    • Em um mecanismo de busca acadêmico ou de uma biblioteca, use combinações dos termos com operadores lógicos booleanos,palavras que servem para restringir a busca: AND, OR e NOT.
      • Por exemplo, se você quer pesquisar sobre o feminismo na China, digite "feminismo AND China" para que resultados com as duas palavras apareçam.
      • O operador lógico "OR" serve para procurar palavras-chave relacionadas. Assim, você poderia digitar "feminismo OR feminista OR justiça social" para conseguir resultados com mais amplo.
      • Usar o "NOT" exclui termos da pesquisa. Por exemplo, você pode digitar "feminismo AND China NOT Japão" e os resultados que contêm o último critério serão automaticamente excluídos.
    • Para buscar frases inteiras, use aspas. Por exemplo, para pesquisar sobre "desempenho acadêmico", use a expressão inteira entre aspas. O problema desse recurso é que ele excluirá resultados que não tenham os termos exatamente como estão descritos. Você perderia todos os resultados que tivessem sinônimos, como "desempenho escolar" ou "atividade acadêmica", já que nenhum deles está dentro das aspas.
    • Use frases com palavras-chave detalhadas para encontrar as informações mais relevantes. Digamos que sua busca seja sobre os gastos com a previdência social no Brasil; os resultados serão mais precisos se digitar "gasto total da previdência social no Brasil" em vez de "previdência social", que trará coisas como a definição da palavra, tipos de previdência em outros países e milhares de assuntos relacionados que você não precisa. No entanto, quanto mais específico o termo da busca, mais restritos serão os resultados.
    • Use expressões diferentes para a mesma busca para chegar a outras fontes de pesquisa. No exemplo da previdência social, pense em usar "seguridade social" para encontrar respostas diferentes. Há ainda que se considerar a escolha das palavras, já que em muitos casos termos como "assistência social" frequentemente são imbuídos com um peso político, gerando resultados tendenciosos. Usar termos variados o ajudará a chegar a uma gama mais ampla de informações, portanto, mais isentas.
  6. Restrinja a busca quando for necessário. Ao pesquisar sobre algo que não tem conhecimento, comece com um termo genérico e use as informações resultantes para fazer uma nova busca, restringindo os resultados.
    • Por exemplo, na pesquisa sobre "total gasto com previdência social no Brasil", você acabará descobrindo que a previdência trata de vários benefícios como o auxílio-doença, a aposentadoria, pensão por morte, salário maternidade, etc. Agora que você já tem essas informações, limite a busca usando o benefício que mais se adéqua à sua pesquisa, como "gasto total com aposentadoria no Brasil".

Usando as fontes mais confiáveis

  1. Procure páginas confiáveis e conceituadas. Um dos aspectos mais importantes (e difíceis) em uma pesquisa na internet é ter certeza de que os sites visitados são confiáveis. Em geral, sites do governo, de instituições de ensino, de mídias conceituadas e outras organizações são as melhores opções para conseguir informações corretas.
    • Os sites do governo costumam ter a extensão ".gov", como o site da previdência social: www.previdencia.gov.br., ou o site da receita federal: http://idg.receita.fazenda.gov.br/.
    • Em geral, a extensão .edu se refere a faculdades e universidades. No entanto, tenha cuidado em sites com essa extensão, pois os alunos dessas instituições podem criar páginas cujo conteúdo não é controlado por elas. Para as buscas de artigos acadêmicos, o melhor é usar os mecanismos de busca mencionados acima.
    • A extensão .org é muito utilizada por organizações sem fins lucrativos, mas assim como a extensão .edu, nem todos são fontes cofiáveis; qualquer um pode registrar um site que use .org no endereço. Verifique com cuidado e não os use como fonte exclusiva de informação, procure outras páginas se puder.
    • Sites de noticiários conceituados como o G1, Estadão, etc. costumam ser fidedignos. Fique de olho do mesmo jeito, pois neles você encontra tanto as últimas notícias, quanto artigos de opinião nos editoriais e até em blogs de usuários. As informações dessas páginas nem sempre são verídicas ou baseadas em fatos.
  2. Faça uma busca detalhada. Não fique na primeira página de resultados, vá além dela e você pode se surpreender com resultados precisos escondidos na quinta página, por exemplo.
    • Não é necessário vasculhar as dezenas de páginas que aparecerão, mas é interessante ver ao menos algumas delas para ter certeza de que não está perdendo informações valiosas. Os primeiros resultados não estão lá por serem os mais apropriados aos critérios, e sim os links com mais divulgação, graças à otimização de mecanismos de busca (SEO).
  3. Evite fontes como a Wikipedia. A Wikipedia faz parte de qualquer busca inicial, mas em geral não oferece um bom resultado final; esses sites são editáveis pelo público, o que quer dizer que as informações contidas neles podem ser incorretas, desatualizadas e parciais. Quando usá-los, vá até a parte de baixo da página e procure as "Referências" para chegar à fonte original das informações.
    • Por exemplo, se o seu trabalho é sobre pinguins, comece procurando na Wikipedia. Vá até a seção Referências e lá encontrará vários artigos acadêmicos revisados por pares e referências a capítulos de livros publicados por editoras. Essas fontes certamente são mais confiáveis.
  4. Sempre que puder, procure a fonte original da informação. A internet é cheia de notícias, mas nem todas elas são verdadeiras ou úteis para alguma coisa. Algumas páginas não citam as referências e, quando citam, é comum serem distorcidas para passar uma mensagem diferente da original. Assim, é importante não acreditar em qualquer notícia escrita, principalmente se o site onde está o fato ou estatística for duvidável; nesse caso é ainda mais importante procurar a fonte original.
    • Por exemplo, quando estiver procurando as flutuações dos gastos com a previdência social nos últimos 20 anos, não use o Yahoo Respostas, blogs ou outra fontes secundárias; fontes confiáveis costumam mencionar que seus dados são provenientes de agências federais. Portanto, você ganhará muito mais se procurar esses dados em páginas governamentais e citá-los diretamente, do que se usar as informações (provavelmente incorretas) de um site relatando a notícia.
    • Citar a a fonte original deixará seu trabalho fidedigno; seu professor ou chefe terá uma impressão muito melhor se você apresentar dados coletados na página da ANVISA do que de um artigo de um blog sobre ervas medicinais e cura alternativa, mesmo que seja a mesma informação. Tanto melhor se você conseguir usar a pesquisa acadêmica que resultou nos dados apresentados.
  5. Procure por concordância. Caso uma informação não tenha fonte original, a melhor opção é descobrir se essa informação existe em mais de um site confiável.
    • Não importa o objeto da pesquisa; se é virtualmente impossível encontrar a fonte de uma informação, o melhor é não acreditar nela até encontrá-la em outros sites independentes. Desse modo, se não conseguir encontrar a fonte original com os gastos do Bolsa Família em 2005, jogue os dados obtidos no mecanismo de busca para averiguar se os números batem em mais de um site, sempre de olho se eles não estão propagando a mesma informação incorreta.

Checando a credibilidade

  1. Procure os responsáveis pela fonte. Verificar os proprietários ou financiadores do site pode ser de grande ajuda para descobrir se ele é confiável. Por exemplo, o site do Dr. Drauzio Varella pertence a ele mesmo, um renomado médico oncologista brasileiro. As informações sobre saúde ali divulgadas são muito úteis, precisas e escritas por um profissional gabaritado, além de ser um site que não está atrás de dinheiro. São essas características que você deverá observar para descobrir se um site é confiável ou não. Um site sobre saúde que tem diversos anúncios, não menciona suas fontes e não tem nenhum registro de propriedade não é confiável.
    • Quando pesquisar bases de dados acadêmicas, procure quem publicou o artigo ou livro. Artigos de instituições renomadas como a Associação Médica Brasileira e livros de editoras como a Ática têm mais crédito do que fontes de editoras menores.
    • Caso você nunca tenha ouvido falar de uma fonte, procure a seção "Sobre Nós" (ou algo parecido) do site e, se mesmo assim não souber quem é responsável por ele, faça uma busca com o nome do próprio site. Muitos sites de notícia, artigos da Wikipedia e outros que citam suas fontes também divulgam quem contribui, sua ideologia e financiadores. Se tudo mais falhar, você ainda pode usar o mecanismo de busca de outro domínio para descobrir quem é responsável pelo site, mas se você teve que ir tão longe assim, provavelmente o site em questão não é confiável mesmo.
  2. Verifique o autor. Infelizmente, muitas páginas da internet não mencionam o autor, mas artigos acadêmicos com revisão de pares costumam mencioná-lo. Pesquise também as credenciais dele.
    • Por exemplo, qual é o grau de formação dele nessa área? O Dr. Drauzio Varella tem especialização em oncologia e imunologia pela Universidade de São Paulo, o que faz dele uma fonte confiável de informações sobre saúde e prevenção de doenças (ou seja, atualizado e fidedigno).. Por outro lado, um blog de um curioso sobre medicina não é confiável, mesmo que a informação esteja correta.
    • Existem outros trabalhos do autor sobre o assunto? Muitos autores, incluindo pesquisadores acadêmicos e jornalistas, têm especialização na área em que versam e passaram anos estudando e escrevendo sobre o tema. Caso ele tenha escrito vários documentos sobre o assunto, isso o torna uma fonte mais segura, principalmente se esses artigos são revisados por pares.
    • Afinal, se não existe um autor, como confiar no que está escrito? Muitas vezes isso não é mencionado nem em sites governamentais, mas se a fonte de uma informação tem renome, como uma página do Centro de Vigilância Epidemiológica falando sobre o zika vírus, o fato de não constar o nome do autor não é razão para desconfiança por si só.
  3. Verifique a data. É fundamental que a informação pesquisada seja atual, principalmente se o tema é médico ou científico. O consenso em relação a fatos científicos muda à medida em que novas descobertas são feitas. Procure quando o site ou artigo foi publicado. Artigos com cinco ou 10 anos não são necessariamente inúteis, mas tente achar trabalhos recentes para ter informações atualizadas.
    • Por exemplo, se você está fazendo uma pesquisa sobre tratamentos para o câncer, um estudo da década de 70 não é o ideal, mesmo que tenha sido publicado em periódicos acadêmicos de prestígio.
  4. Observe a veracidade e exatidão das informações. Muitas fontes na rede dizem que seus dados são seguros e baseados em fatos verídicos, mas isso não é verdade. Sites com posicionamento evidente não são confiáveis porque podem omitir ou distorcer evidências que vão contra sua ideologia.
    • Procure as fontes do site. Um site que se preze divulga suas fontes. Um site que realmente se preze inclui até o link para a informação, para que ela possa ser atestada. Não encontrar nada, ou achar referência dúbias, de má qualidade ou desatualizadas são sinais de que esse site não é dos melhores.
    • Observe se há sinais de parcialidade. Um texto com uma linguagem muito emotiva e informal, além de uma argumentação acalorada demais tem tudo para ser uma fonte tendenciosa. A maioria dos acadêmicos prefere usar um discurso neutro para falar objetivamente sobre qualquer tema. Observe se o site usa um tom apelativo como "As gigantes farmacêuticas querem mais é deixar a população doente para não irem à falência!", pois isso denota um posicionamento claro em relação ao assunto e sua fonte é, portanto, parcial.
    • Sempre fique de olho em erros gramaticais e links que não funcionam. Não confie em sites com links que levam a páginas potencialmente perigosas ou inexistentes, ou com gramática e ortografia incorretas; quando tiver mais experiência em pesquisa, você perceberá que o conteúdo desses tipos de site é, em geral, copiado e colado de outra página, também de caráter duvidoso.

Coletando e arquivando suas fontes

  1. Cite o original. Não caia no mesmo erro que as páginas de má qualidade. Sempre verifique e cite o texto original. É muito útil poder revisitar as fontes quando necessário, tanto para você, quanto para os seus leitores.
    • As informações que devem ser fornecidas nas referências bibliográficas são o nome do autor do artigo ou dono da página (se estiver disponível), o título do artigo ou página, o endereço do site e a data de acesso.
  2. A internet é inconstante, o fato de uma notícia estar lá hoje não quer dizer que estará amanhã. Mantenha sua pesquisa relevante, pense em como armazenará essas páginas.
    • Manter uma página como ela é atualmente é fácil, basta imprimi-la ou salvá-la em PDF. Você poderá consultá-la sempre que quiser, mesmo que o conteúdo seja removido.
    • No entanto, essa versão do site só estará disponível para você, por isso é uma boa ideia verificar se os links de sua pesquisa continuam funcionando, se ela estiver na internet. Caso os links tenham sido desativados, faça uma nova busca pelo assunto e veja se os artigos não estão armazenados em outro domínio; outra opção é procurá-los nos sites Wayback Machine ou Archive.org. Esses sites têm as versões antigas de vários sites armazenadas desde 1996.
  3. Use a tecnologia a seu favor. Existem diversos recursos nos navegadores atuais, além de aplicativos e serviços de armazenagem para guardar suas fontes de maneira organizada e intuitiva.
    • A barra de favoritos é um dos jeitos mais fáceis de fazer isso. Em vez de salvar absolutamente tudo que você tem na pasta principal de "Favoritos", você pode criar subpastas para tópicos específicos. Por exemplo, se sua pesquisa é sobre a previdência social, crie uma subpasta chamada "Previdência" e dentro dela, ainda mais subpastas como "Pensão por Invalidez", "Auxílio-Doença", etc.
  4. Crie seu próprio diretório. Existem softwares e serviços mais modernos do que a barra de favoritos, que permitem criar seu próprio diretório de fontes.
    • Muitos aplicativos atuais permitem salvar suas fontes na nuvem, gravar a imagem de páginas da internet como são agora, associar palavras-chave às fontes, etc.
    • Alguns serviços, como o Zotero, são softwares gratuitos desenvolvidos por acadêmicos e outros defensores do código livre, enquanto outros, como o Pocket, oferecem tanto serviços gratuitos quanto pagos. Essas opções são ótimas para quem precisa de funções que vão além de simplesmente salvar a página nos favoritos do navegador.
  5. Se quiser ainda mais informações, pode se aventurar na "Deep Web". Fazê-lo, no entanto, não é recomendável.
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