Como Tratar uma Lesão Muscular
Lesões musculares são comuns, principalmente entre pessoas que treinam e fortalecem os músculos. Às vezes, o exagero pode levar a uma ruptura muscular ou torção nos ligamentos. Todo indivíduo que pratica qualquer tipo de esporte (ou tiver filhos esportistas) provavelmente já teve que administrar os primeiros-socorros e decidir se era preciso ir ou não ao pronto-socorro. É muito útil saber quando essas lesões podem ser tratadas em casa e quando é necessária a avaliação por parte de um médico. Após informar-se melhor, você terá a chance de realizar a escolha por contra própria, além de saber quais são os detalhes relevantes e que poderão ser repassados ao convênio, caso precise realmente marcar uma consulta médica.
Tratando lesões musculares leves
-
Diagnostique o grau da contusão. Os músculos formam a massa do corpo e são conectados por tendões e articulações, como um sistema de polias. Existem dois tipos de lesões musculares que podem ser tratados sem a necessidade de atenção médica.
- Contusões de primeiro grau são, na maioria dos casos, apenas por hiperextensão muscular, com pouca ou nenhuma ruptura. Apesar de doer, o membro poderá ser erguido e apoiado normalmente. Não é recomendado o levantamento de peso, mas contra a gravidade a sensação deverá ser apenas de desconforto.
- Já as lesões de segundo grau apresentam rupturas parciais. O local ficará bem sensível, com alguns hematomas, porém, sem saliências ou inchaços. É uma contusão mais dolorida, que pode ser suportada ao andar, mas o apoio provavelmente terá de ser realizado com a outra perna ou o indivíduo mancará. Se a ruptura parcial for no braço, o desconforto será maior ao fazer força.
-
Descanse o músculo. Lesões musculares de primeiro ou segundo grau geralmente não precisam de cuidado médico; elas podem ser tratadas através do método RICE (Rest, Ice, Compression and Elevation – Descanso, Gelo, Compressão e Elevação, DGCE, em português). O primeiro passo é permitir o repouso do local lesionado.
- Não faça exercícios até que o músculo esteja mais fortalecido e sem dores. Evite a prática esportiva até que esteja sentindo mais confiança e força no músculo, o que não deve demorar mais de duas semanas. Se a dor persistir, marque uma consulta com um médico.
- A movimentação deve ser normal, tanto das pernas quanto dos braços. Se não for possível movimentar o membro lesionado, a ruptura não é de primeiro ou segundo grau, exigindo uma consulta médica.
-
Aplique gelo no local. Pegue um saco, encha-o de gelo e enrole-o em uma toalha, ou aplique um pacote de ervilhas congeladas ao local lesionado. Deixe a compressa sobre o músculo de quinze a vinte minutos, a cada duas horas e no período de dois dias após a contusão.
- O gelo diminuirá o sangramento interno (hematoma), o inchaço, a inflamação e o desconforto.
-
Comprima o músculo. Utilize uma bandagem elástica para comprimir e proteger o local machucado de 48 a 72 horas. Enrole-a de maneira firme, mas sem apertar demais.
- Verifique se é possível colocar dois dedos entre a pele e a bandagem. Ao perceber sinais de circulação sanguínea reduzida – como dormência, formigamento ou palidez –, retire a bandagem imediatamente.
- A compressão também protegerá o local contra uma nova contusão.
-
Erga o membro machucado. A perna ou braço deve ser erguido sobre o nível do coração, ficando em uma posição confortável. Dessa forma, a circulação sanguínea para a área lesionada diminuirá, reduzindo o inchaço.
- Caso não seja possível deixar o membro sobre o nível do coração, tente ao menos posicioná-lo de forma paralela ao chão.
- Se a lesão ainda estiver latejando muito, tente erguer o membro um pouco mais.
-
Tome os remédios adequados. Anti-inflamatórios de venda livra são boas opções para reduzir a dor. Motrin (ibuprofeno) ou Naprosyn (naproxeno sódico) são apenas alguns dos medicamentos dessa categoria.
- Há controvérsias em relação a esse assunto. Apesar de aliviarem a dor, os anti-inflamatórios podem interferir em reações químicas importantes na cicatrização a longo prazo. Vários médicos recomendam o uso de tais medicamentos apenas 48 horas após a contusão.
- Uma alternativa é a administração de Tylenol nas primeiras 48 horas, mas sem exceder o período de sete dias. Logo, é recomendado consumir Tylenol nos dois primeiros dias, e depois Motrin nos sete dias seguintes.
- Ao consumir o medicamento Motrim, faça-o acompanhado de alimentos e um copo d'água para evitar complicações gástricas, como úlceras. Além disso, pessoas asmáticas devem ter cuidado com anti-inflamatórios, já que eles podem aumentar a chance de um ataque de asma.
Tratando rupturas graves
-
Diagnostique a lesão. Uma ruptura muscular de terceiro grau é total, resultando em uma massa que pode ser sentida sob a pele. Isso acontece quando o músculo se desprende do "sistema de polia", ficando enrolado como uma bola. Essas lesões são doloridas e causam hematomas, dificultando que o indivíduo consiga apoiar o membro ou segurar objetos. Alguns dos tipos mais comuns de rupturas de terceiro grau são:
- Ruptura do músculo da panturrilha. Geralmente, ocorre em homens entre 40 e 50 anos – muitas vezes ao praticar tênis, já que o músculo é muito exigido nesse esporte – durante um pulo ou arranque súbito, resultando em dores fortes que se assemelham a um chute ou pancada na "batata da perna". Uma deformação ou protuberância surgirá no local, com muita dor, inchaço e hematomas.
- Ruptura no tendão de jarrete (músculos isquiotibiais). São comuns em corredores. Ela pode ser identificada através de um grande inchaço no local lesionado, com hematomas e dores fortes. A maioria das pessoas terá bastante dificuldade de ficar apoiada apenas sobre a perna lesionada sem ajuda.
- Ruptura dos músculos do bíceps. Muito comuns em halterofilistas, ocorrendo durante o levantamento de peso. Na região entre o ombro e o cotovelo, uma dor repentina aparecerá, com deformação muscular ou presença de uma saliência no antebraço. Outros possíveis sintomas são a perda de força no braço contundido e dificuldade em completar todos os movimentos com o cotovelo. Em alguns casos, é até possível ouvir um estalo no momento da ruptura.
-
Descarte outros problemas. Existem duas condições relacionadas às rupturas musculares que são bem mais graves. Caso acredite que possa ter um desses problemas, procure tratamento médico imediato.
- Síndrome compartimental. Ao sentir dores fortes, formigamento, dormência, sensação de tensão e verificar palidez em um membro, vá imediatamente ao pronto-socorro.A síndrome compartimental é uma emergência ortopédica que requer tratamento cirúrgico dentro de algumas horas; do contrário, pode ser necessária a amputação do membro. Quando qualquer um dos sintomas acima surgirem, comunique o médico, pois o sangue resultante da ruptura pode exercer pressão sobre nervos e vasos sanguíneos, cortando a circulação à medida que a pressão aumenta.
- Ruptura do tendão de aquiles. O tendão de aquiles está localizado no calcanhar e na panturrilha. A ruptura pode ocorrer durante a prática de exercícios intensos, em especial nos homens acima de 30 anos. Ao sentir dor na parte de trás do pé – principalmente ao alongar o calcanhar e o músculo da panturrilha –, pode haver uma contusão nesse músculo. A ruptura do tendão de aquiles requer imobilização completa com gesso.
-
Procure tratamento médico. Para lesões de terceiro grau, marque uma consulta com um médico recomendado pelo convênio. Como o músculo terá sido totalmente rompido, não será possível mexê-lo.
- O procedimento e tempo de recuperação necessários variam de acordo com a gravidade e a localização da lesão. Se houver uma ruptura completa dos músculos do bíceps, a cirurgia é obrigatória, com recuperação de quatro a seis meses. Rupturas parciais devem cicatrizar de três a seis semanas.
- Dependendo da ruptura, vá a um ortopedista ou outro especialista.
Dicas
- Caso seja um atleta profissional, é importante ir ao médico para realizar tratamento de lesões musculares, mesmo se ela aparenta ser leve. O médico poderá também fornecer dicas para uma recuperação rápida, permitindo que você volte rapidamente às atividades.
Avisos
- Se houver alguma razão para suspeitar da síndrome compartimental, procure atenção médica imediata. Há risco de amputação de um braço ou perna se o tratamento não for imediato.
Information
Users of Guests are not allowed to comment this publication.
ТОП
Статьи
28-09-2016, 22:35
5-12-2016, 09:06
12-11-2016, 11:36
28-09-2016, 08:25
26-09-2016, 18:55
26-09-2016, 18:35