Como Descrever a Depressão

Опубликовал Admin
29-10-2016, 10:32
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A depressão pode ser descrita de várias maneiras. A verdade é que apenas aqueles que têm ou que tiveram depressão podem realmente descrever com precisão esse estado emocional. Reconhecer o fato de que os sintomas da depressão não são uma realidade na vida do indivíduo é o primeiro passo a se tomar para se conseguir sair da confusão emocional pela qual a depressão é conhecida. Entretanto, isso varia de pessoa para pessoa. Veja o Passo 1 abaixo para uma visão do que a depressão é.

Entendendo os sentimentos da depressão

  1. Entenda o ciclo da depressão. Para uma pessoa depressiva, a vida é uma série de crises de medo seguidas de crises de energia. A depressão pode ser vista como uma exaustão no fim do dia que leva a um sono profundo que, independentemente do tempo, não resulta em um descanso. Então, as manhãs são recepcionadas com terror e ansiedade, que dificultam a saída da cama. Esse terror e essa ansiedade se tornam um peso que segura a pessoa, tornando sair da cama uma tarefa praticamente intransponível. Eles dão o sentimento de que a pessoa está sufocando e mergulhada em desespero. É um fardo pesado a se carregar.
    • Entretanto, isso pode vir seguido de um aumento súbito de vigor, que permite à pessoa concluir vários tipos de atividades enquanto ele durar. Seguido do vigor, existe um sentimento de exaustão novamente, que recomeça todo um ciclo vicioso. Parece um ciclo inescapável.
  2. Saiba que a dor emocional pode literalmente se tornar física. A depressão, mesmo sendo apenas mental, pode causar dor em qualquer parte do corpo ou sem origem específica. Essa dor é constantemente descrita como a pior que o corpo já teve.
    • Além do mais, é constante, não lateja, não pinica, não melhora e, depois, volta — está sempre ali. Não é apenas física — é emocional e mental também. Imagine a pior dor que você já sentiu na pele delicada da sua mão, em seu cérebro e em seu coração ao mesmo tempo.
  3. Saiba que essa dor — mental e física — dificulta ir em frente. Para alguns, beira o impossível. Com a depressão, qualquer tipo de movimento pode ser uma grandiosa tarefa. Complica levantar ou fazer qualquer coisa além de rolar na cama. Faz-se necessário um verdadeiro plano para apenas cruzar um quarto — a pessoa precisará acumular energia para fazê-lo.
    • Existe também a dificuldade de levar uma conversa, uma vez que o esforço para se expressar é muito grande. A incapacidade de se mover fisicamente se manifesta em quase qualquer forma — se mesmo um simples pensamento requer esforço, imagine uma conversa.
  4. Espere uma mudança de perspectiva. A depressão obviamente afeta a maneira como a pessoa enxerga o ambiente. Quando tudo é sem vida, como se espera que se mantenha um semblante alegre? Mesmo o sol parece menos exuberante em seu brilho; é como se ele perdesse parte de seu calor. Tudo tem um brilho acinzentado.
    • Dias sombrios se tornam mais escuros, e manhãs não aparentam ter um toque de novidade com possibilidades infinitas. Não importa o otimismo que essa pessoa já teve, ele agora se foi — independentemente de qualquer acontecimento positivo que aconteça.
  5. Note que coisas agradáveis não o são mais. Coisas que antes eram agradáveis, amadas, até mesmo esperadas, têm um impacto menor para uma pessoa sofrendo de depressão. Por exemplo, amantes da natureza não mais sentem aquela sensação de calma e paz quando andam em um ambiente natural, flores perdem seu cheiro e a música soa dissonante. Dinheiro, amor, festas — isso tudo perde o certo glamour que um dia teve.
    • Tudo — tudo se torna envolto de uma pesada perturbação mental que aparenta ser difícil de aguentar. É como se o seu mundo se movesse uma marcha mais devagar e tediosa que a de todo mundo. As coisas parecem "erradas".
  6. Compreenda a gravidade de achar suas emoções perturbadoras. Descobrir-se deprimido não é um sentimento legal. Existe uma grande sensação de falta de esperança, além de o indivíduo estar preso a um estado cinza, de escuridão. Todos esses sentimentos se empilhando podem ser incrivelmente esmagadores e fazer as pessoas se perguntarem o que há de errado com elas. Isso vai piorando cada vez mais, por nenhuma razão aparente.
    • Uma pessoa deprimida pode ter surtos de choro por nenhuma razão óbvia ou por coisas insignificantes. Pode haver também sentimentos de irritação para com a família e para com os amigos por ações comuns ou por comportamentos corriqueiros. Nada pode ser realmente explicado. Não é a pessoa — é a depressão.
  7. Saiba que é como se você não fosse capaz de sorrir. Não é porque a pessoa não tem ou não terá nenhuma razão, mas ela fica fisicamente incapaz de sorrir com naturalidade. Não existe nenhuma razão para sorrir. Além disso, você fica acometido por uma sensação de inutilidade, como se você fosse incapaz de fazer qualquer coisa certa. Tudo isso é bem assustador. Esse sentimento negativo traz um senso de isolamento. Dá para perceber que a depressão é um caminho que só leva para baixo.
  8. Entenda como isso deixa a pessoa impassível. A depressão pode tornar uma pessoa entorpecida e incapaz de ter emoções. É pedir demais esperar que alguém que vê o mundo tão tristemente sinta suas emoções — seria muito assustador. Essa ausência de apreço, essa ausência até mesmo de sentimentos, pode fazer uma pessoa se sentir completamente sozinha, mesmo cercada de sua família e amigos.
    • O sentimento de que a pessoa está nas nuvens ou em uma bolha longe de outros é também uma possibilidade. Ela se sente como se ninguém ao redor dela fosse realmente capaz de entender pelo que está passando. Essa sensação agrava as outras, piorando o problema.
  9. Saiba que existe um sentimento de "melancolia e desgraça" que acompanha a depressão. Quando essa desordem revela sua face horrível, aparece um sentimento indistinto de desastre iminente, como se alguma coisa ruim fosse acontecer a qualquer momento. É algo completamente fora do controle da pessoa deprimida. Por conta disso, há um sentimento de agitação e preocupação constantes, resultando em uma grande desconfiança.
    • A pessoa também tende a reviver cada coisa ruim que já aconteceu com ela, não importa o quão insignificante, levando a um ciclo interminável de negatividade. Este ciclo ainda consegue ser duplamente frustrante, porque o deprimido consegue ver que é um ciclo, mas não consegue sair dele.
  10. Saiba que, com a depressão, a morte parece uma alternativa plausível. A dor e o trauma da depressão podem ser tão reais que o suicídio parece uma resposta lógica, sensata. O deprimido pode falar a respeito e tentar se matar várias vezes. Isso acontece porque ele não vê um fim para os sentimentos de isolamento, inutilidade e desespero que sempre sente.
    • Quando a vida não tem mais sentido, a morte não parece nada de mais. Não é bem que a pessoa queira morrer, mas ela não quer mais viver. Afinal, para que continuar?
  11. Entenda a diferença entre depressão e tristeza. A vida pode ser cruel às vezes, mas o que deve ultrapassar a linha no humor da pessoa para que ela seja classificada como depressiva? Quais são os fatores-chave que tornam únicos os baixos da vida que vêm e vão naturalmente? Aqui seguem alguns detalhes:
    • Uma percepção negra da vida. O sentimento de desesperança é tão forte que nenhum pensamento positivo, por mais simples que seja, é sequer considerado.
    • Perda de interesse pela vida. O que costumava ser divertido não é mais.
    • Problemas de peso. Uma pessoa depressiva pode perder ou ganhar 5% do seu peso total em pouco tempo.
    • Problemas para dormir. O depressivo pode nem dormir (insônia) ou dormir por vários dias (hipersônia).
    • Problemas de temperamento. Ninguém escapa da raiva do depressivo, porque qualquer um — o cônjuge, o chefe, os pais, os amigos e os colegas de trabalho — pode irritá-lo.
    • Sentimentos de fadiga e moleza. O depressivo não tem mais energia para fazer o que precisa fazer.
    • Sentimento de culpa. A pessoa é sua pior crítica, constantemente se repreendendo sem motivo.
    • Pensamentos suicidas ou comportamento imprudente. Pessoas com depressão muitas vezes se entretêm com a ideia da morte e a veem como uma saída conveniente, levando ao comportamento irresponsável.

Reconhecendo a depressão nos outros

  1. Saiba que há várias causas para a depressão. Embora a maioria das pessoas precise de uma boa razão para ficar deprimida, se a depressão for episódica, normalmente, há uma causa recente para isso. Aqui vão algumas possíveis razões:
    • Morte de uma pessoa amada
    • Separação de uma pessoa amada
    • Perda financeira
    • Mudanças em aspectos supostamente constantes da vida, como remanejamento, aposentadoria ou uma mudança de emprego
    • Conflitos na vida pessoal, como divórcio, disputas, responsabilidades novas, como o nascimento de um bebê ou ter que cuidar de pais ou parentes doentes
    • Conflitos na vida profissional, como receber responsabilidades novas, mudanças de papel ou de responsabilidade não condizentes com os interesses e habilidades da pessoa
    • Abuso de qualquer tipo, como físico, sexual ou emocional
    • Doenças debilitantes, como HIV/AIDS, Parkinson, doenças do coração ou câncer
      • No entanto, certa quantidade de depressão é normal quando coisas ruins acontecem. Se, depois de 6 meses, a depressão não sumir, quer dizer que apareceu de fato um problema maior.
  2. Perceba o quão comum a doença é. A depressão afeta, por exemplo, 6-7% da população dos Estados Unidos. A maioria desses casos (70%) é diagnosticada em mulheres — embora isso não seja considerado um "consolo" para os homens, principalmente porque eles têm o maior risco de suicídio. Cerca de 3% dos adolescentes sofrem de uma forma de depressão, também.
    • A parte triste é que metade da população que sofre desta doença psicológica o faz em silêncio e, na verdade, sofrendo sozinha sem necessidade, sabendo que a depressão é bastante tratável.
  3. Perceba a pessoa depressiva antes que ela fique ainda mais isolada. Ela prefere levar uma vida reclusa. Tenta se distanciar ao máximo de parentes e amigos, embora nada pareça ter mudado. A maioria percebe que a própria depressão fica pior na solidão, mas o desejo de ficar sozinho é mais forte que a lógica. Não importa o que aconteça, a pessoa procura a solidão.
    • Em alguns casos, a pessoa afetada suspeita que, quando os outros forem lhe falar sobre si e sobre a doença, eles vão rir e descobrir que há algo errado com o psicológico da pessoa e com ela própria. O depressivo não se importará com a ideia de pensarem que ele está ocupado com a carreira profissional ou que não está interessado em passar tempo com os outros ou tentando evitar suas companhias.
  4. Procure por sinais da insegurança que afasta a pessoa dos outros. A autoestima e a autoconfiança dela diminui a cada dia por causa dos pensamentos negativos que ela sempre tem. O depressivo está constantemente acometido por tais ideias, que lhe dizem que ele não é bom o suficiente, que não é amável, que não é desejável ou que não é competente o suficiente para receber a afeição dos outros. Ele tem um sentimento persistente de que sua companhia não é algo que alguém aprecie. Então, em sua mente, é melhor evitar interagir ou se misturar com pessoas, não importa o quão próximo dessas pessoas ele já foi um dia.
    • A depressão afeta o processo de pensamento e a capacidade de processar informações da pessoa, o que a deixa mais lenta para pensar, para responder a algo ou para tomar decisões. Então, esta inabilidade impacta negativamente sua autoconfiança, o que a compele a ficar longe da família e dos amigos. Isso inclui afastar-se deliberadamente de atividades de que antes ela gostava.
  5. Perceba se a pessoa começa a ter hábitos ruins. Para superar os sentimentos de isolamento, ansiedade e solidão autoimpostos, o depressivo procura se refugiar no álcool, nas drogas e em fast-food cheio de açúcar e carboidratos. Estas substâncias fazem-no se sentir bem, melhorando seu humor, mas apenas por um curto período. Porém, os sentimentos desastrosos reaparecem assim que os bons acabam. Infelizmente, distúrbios alimentares e a ansiedade andam de mãos dadas com a depressão.
    • Alguns seguem por outro caminho e simplesmente não comem. Não têm mais esse desejo. Tente notar qualquer mudança de peso e se a pessoa come perto de você. Não é um problema na dieta, é só a mente dela dizendo "para que comer?".
  6. Preste atenção na performance do deprimido no trabalho. A capacidade afetada de processar informações e os sentimentos de inadequação e baixa autoestima vão refletir em seu foco, em sua concentração, em sua produtividade, em sua performance e em sua competência vacilantes. Muitas vezes, pessoas depressivas sofrem no trabalho ou em qualquer outra atividade que necessite de uma mente afiada. Elas simplesmente não têm mais toda a capacidade que antes possuíam.
    • Pessoas com depressão também têm problemas de sono, como insônia ou hipersônia (dormir demais). Alguns problemas de saúde como dores de cabeça, de estômago, nas costas, gripe e diarreia são sintomas comuns em pessoas com depressão. Todos eles podem afetar a performance no trabalho (assim como na vida, em geral) com o tempo.
  7. Perceba perda de interesse ou de habilidade em relação à vida. O que costumava ser um hobby ou uma atividade social divertidos, de repente, não parecem mais tão interessantes. Atividades diárias não são nada além de tarefas incômodas. Acordar, amar alguém ou até mesmo iniciar o ato sexual parece não valer mais o esforço. Qualquer convite para participar dessas atividades é recusado.
    • Haverá uma perda geral de energia. O depressivo se sentirá cansado e apático — uma boa razão para não participar do que quer que ele receba convite. Não há mais energia para fazer o que precisa ser feito. Tarefas simples podem ser exaustivas e levar horas para serem completadas, sendo que, antigamente, eram feitas em alguns minutos. Nem surpreende o fato de a pessoa não querer fazer nada mais!
  8. Procure por problemas de peso. O apetite, muitas vezes, varia para extremos, com alguns quase passando fome sem perceber ou sem ligar, e outros engordando rapidamente, com uma média de 5% de seu peso original a cada mês. Se você notar uma mudança brusca de peso em pouco tempo, a não ser que a pessoa tenha problemas de tireoide ou outros de saúde, é provável que a depressão seja a causa.
  9. Preste atenção em problemas para dormir. Pessoas com depressão ou têm problema para dormir ou têm para acordar. A mudança súbita nos padrões do sono, que pode se alterar com o tempo (de insônia a hipersônia), é um indicativo claro de depressão.
    • Muitos indivíduos com a doença podem dormir por horas — até durante dias. Outros ficarão na frente da TV a noite toda, sem nem cochilar. As duas situações são prejudiciais para a vida normal e produtiva.
  10. Atente-se a comportamento destrutivo. Pessoas com depressão, muitas vezes, entretêm-se com a ideia da morte e a veem como uma saída conveniente para a tristeza que sentem sempre. Isso pode levá-las a ter um comportamento irresponsável, como atravessar sinais vermelhos e começar brigas que podem resultar em ferimentos graves. Elas simplesmente não levam a sério as coisas que pessoas mentalmente estáveis levam. Na cabeça delas, não há razão para tal.
    • Elas também costumam ter problemas de temperamento. O pavio curto, combinado ao desejo de se comportar irresponsavelmente, pode levar a atos violentos, o que, além de poderem ser perigosos, demonstram a cara feia da depressão profunda.
  11. Repare se o deprimido reclama de dores. Se ele sentir muitas dores em várias partes do corpo que não pode explicar, este é um sinal da depressão. O sentimento de desespero e a tristeza extrema ficam grandes a ponto se de tornarem psicossomáticos.
    • Em outras palavras, o estado emocional da pessoa depressiva se traduz em dores físicas, o que pode ocorrer com frequência e sem explicação até que a depressão seja tratada. Em alguns casos, a mente de fato toma controle do corpo.
  12. Saiba como a doença pode ser tratada em casa. A depressão pode ser tratada de várias maneiras. Há métodos de autoajuda e dicas práticas que ajudam a pessoa a sair do abismo de tristeza que é a depressão.
    • A pessoa pode escolher ler livros de autoajuda, assistir a filmes que inspirem e cultivem pensamentos positivos, fazer exercícios regularmente, como caminhar ou andar de bicicleta, comer alimentos mais saudáveis, iniciar atividades que foquem no bem-estar, como ioga ou outras atividades de autoconsciência, e mudar para empregos mais satisfatórios emocionalmente ou buscar novos hobbies que possam distrair da pilha de pensamentos negativos.
    • Tudo listado aqui pode funcionar em alguns casos de depressão, mas isso pode não ser suficiente. É aí que entra a ajuda profissional.
  13. Reconheça que a psicoterapia é uma resposta efetiva. Uma das maneiras mais efetivas de se tratar a depressão é com ela. A psicoterapia pode ajudar as pessoas a decifrarem o mistério por trás de sua depressão e equipá-las com mecanismos melhores para lidar com as coisas quando a vida parecer muito difícil. A terapia, juntamente com a medicação (ISRSs, TCAs, MAOs, etc), mostrou-se incrivelmente útil na luta contra a depressão.
    • Exemplos de mecanismos para lidar com algo são comunicar seus problemas e suas fontes de tristeza e ansiedade a alguém da família ou a um amigo. Cultivar relacionamentos saudáveis e autoafirmativos também é uma boa maneira de tratar os ataques da depressão e de preveni-los.
    • A psicoterapia também pode ajudar casais a restabelecerem seus relacionamentos e, no processo, a tratar do "gatilho" da depressão da parte que sofre com a doença. Isso é chamado de terapia interpessoal, na qual não apenas o indivíduo é sujeito a algum processo de modificação de comportamento, mas o casal.
  14. Não se preocupe, porque a medicação pode e vai ajudar. Há casos de depressão profunda que precisam de medicação durante o tratamento. A psicoterapia e as drogas são usadas ao mesmo tempo para se conseguir o melhor resultado possível no tratamento da depressão nervosa.
    • Felizmente, há antidepressivos modernos, como o inibidor seletivo de recaptação de serotonina (ISRS), que já se provou muito efetivo e mais seguro que a primeira geração de antidepressivos, como os tricíclicos (imipramina, nortriptilina).
    • Fluoxetina, Sertralina, Escitalopram e Citalopram são antidepressivos muito usados hoje em dia. No enquanto, é importante que o uso dessas drogas seja supervisionado por um médico e que seja terminado apenas depois da avaliação de um profissional. Esta medida não é por causa de um risco de vício, mas para garantir que o tratamento funcione e para evitar recaídas e outros efeitos colaterais.

Entendendo as diferenças entre os sexos

  1. Entenda por que homens têm uma tendência maior a esconder seus sentimentos. Existem diferenças na maneira como homens e mulheres sentem a depressão ou em como eles apresentam seus sintomas, e, às vezes, isso é até visível. A primeira coisa que você vai notar é que homens mostram menos a depressão através de emoções e sentimentos. Eles falam menos sobre sua tristeza, seu desespero e sua baixa autoestima. Foram criados dessa maneira.
    • Em vez disso, eles tentarão mostrar que estão deprimidos ficando bravos ou frustrados com a menor das provocações. É provável que apresentem seus sintomas no mundo exterior através de suas ações, sendo muito irritáveis, reclamando de cansaço e de falta de sono regularmente e mostrando um interesse decrescente ou inexistente em atividades das quais eles costumavam gostar.
    • Homens com depressão, normalmente, reportam mais sintomas como fatiga e problemas de sono que as mulheres. Também são mais suscetíveis à irritabilidade e à frustração que as mulheres.
  2. Saiba que, com um homem, você provavelmente não suspeitará da depressão. Eles apresentam uma imagem distorcida da doença à família e aos amigos, enfatizando sintomas que se relacionam menos à depressão. Acham importante ainda serem vistos como "homens", embora, por dentro, estejam se sentindo fracos e vulneráveis — sentimentos que, tradicionalmente, são reservados às mulheres.
    • Diferentemente das mulheres, os sentimentos de tristeza, baixa autoestima e desespero não são os sintomas primários e indicadores da depressão em homens. Neles, problemas como dores de cabeça e de estômago inexplicáveis, problemas de digestão e de sono — em outras palavras, apenas problemas físicos — são "aceitáveis".
  3. Reconheça que homens consideram muito a maneira como são vistos pelos outros. A sociedade, em geral, espera que um homem seja forte física e emocionalmente. É difícil para ela aceitar que eles também podem ter momentos vulneráveis, que podem atingir o fundo do poço às vezes, que podem não parecer ou não se sentir fortes o tempo todo independentemente da situação. Na verdade, a sociedade é implacável neste quesito e, para ela, um homem com depressão deveria procurar uma maneira de superar este problema sozinho.
    • Então, para lidar com a doença, infelizmente, muitos homens mantêm essa percepção. Eles, por conta do medo de serem ridicularizados, de colocarem seus relacionamentos e suas carreiras em perigo, não se sentem confortáveis discutindo/compartilhando seus sentimentos e suas emoções, especialmente quando estes são associados à depressão — quer seja com a família ou com os amigos.
  4. Perceba que um homem depressivo pode evitar contato social. Por causa desta justaposição entre como se sentem e como a sociedade quer que eles se sintam, eles se esforçam muito para diminuir as oportunidades de passar tempo com a família e com os amigos o máximo que podem. Em vez disso, mergulham ainda mais no trabalho, na carreira e em atingir objetivos na vida profissional. Esta atitude é mais segura e oferece a eles uma sensação de controle — algo que definitivamente não têm com suas emoções.
    • Homens que sofrem de depressão, normalmente, têm uma ânsia de ter total controle sobre tudo o tempo todo, seja em relação a si mesmos, às pessoas ao redor deles ou às situações. Para conseguir isso, eles semeiam conflitos e disputas de ego com os outros.
  5. Note se o depressivo adquire hábitos negativos ou vícios. Homens costumam se render à automedicação para superar a doença. Tais medicamentos não são sem prescrição médica — consistem em álcool, drogas, sexo e televisão (e tudo em excesso).
  6. Atente-se à mudança nos hábitos sexuais dele. A depressão nos homens pode trazer à tona vários problemas em sua vida sexual. Pode ser a causa da perda de interesse no sexo e, também, de problemas como a disfunção erétil. Uma vez que homens são vistos na sociedade como seres que nunca fraquejam, perceber esse tipo de coisa é debilitante, e eles ou escondem os acontecidos ou atribuem uma razão mais segura a eles.
    • Homens preferem usar uma nomenclatura socialmente mais favorável e mais aceitável para seus sintomas de depressão. Eles costumam enfatizar isso ao atribuir tais sintomas ao estresse, em vez da doença real.
  7. Saiba como o suicídio afeta homens e mulheres. Embora as mulheres tenham mais chances de tentarem se matar, são os homens que têm uma mortalidade maior por causa do suicídio. Isso ocorre porque eles tendem a agir rápida e instantaneamente quando acometidos pelos pensamentos suicidas e, além disso, tendem a usar meios mais letais, como armas, para completar a ação. Mulheres falam mais sobre seus pensamentos e costumam ter um comportamento menos ativo quanto ao suicídio, escolhendo meios como uma overdose de pílulas.
    • Homens também costumam deixar suas intenções mais escondidas dos olhos dos outros. Dessa forma, ninguém espera receber quaisquer sinais de aviso deles, o que torna mais difícil fornecer alguma ajuda.
  8. Entenda que a depressão é mais comum em mulheres. No entanto, é possível que as mulheres simplesmente fiquem mais confortáveis confessando que sofrem da doença e que os homens a tenham como algo que só mulheres podem desenvolver. Dito isso, assumindo que mulheres têm mais chance de ter a doença que homens, as razões podem ser as seguintes:
    • Mudanças hormonais
    • Gravidez
    • Menopausa
    • Hipotireoidismo
    • Doenças crônicas (estudos mostram que a comorbidade de outras doenças com a depressão ocorre mais frequentemente em mulheres)
  9. Saiba como os hormônios afetam as mulheres. Os hormônios, essas coisinhas irritantes sobre as quais não temos controle, têm uma relação direta com as substâncias no cérebro que cuidam das mudanças no humor e nas emoções. Flutuações hormonais são comuns durante o ciclo menstrual, a menopausa, a gravidez e o pós-parto. Ela pode começar episódica (temporária, para resumir) e levar à depressão crônica (uma luta de uma vida inteira).
    • Além das mudanças hormonais, as responsabilidades adicionais que vêm com a chegada de um bebê são enormes e podem ser esmagadoras para algumas mulheres, o que pode levar à depressão — especificamente, à depressão pós-parto.
  10. Veja como a pressão sob a qual as mulheres ficam pode levar à doença. Fatores psicossomáticos também estão ligados a riscos altos de depressão em mulheres. Elas, por natureza e pela demanda da sociedade, devem ser sempre muito resilientes. Espera-se que as mulheres lidem com muito mais que uma parcela justa de responsabilidade, como cuidar da família, suportar o estresse e a tensão de manter seus relacionamentos fortes e intactos e, é claro, manter-se sempre linda e maravilhosa.
    • A pressão se acumula ainda mais se elas tiverem sobre os ombros responsabilidades no trabalho, além das que têm em casa. O best-seller e filme de sucesso, "Não Sei Como Ela Consegue", dá peso a esta ideia. Essas pressões, na verdade, têm um impacto muito negativo no psicológico das mulheres.
  11. Saiba que mulheres apresentam seus sintomas de maneira bem diferente dos homens. Porém, diferentemente deles, elas são mais propensas a sentimentos de tristeza, baixa autoestima, culpa e desespero. Esses sentimentos podem se impregnar em todos os momentos de suas vidas, quase criando uma batalha interminável da qual as mulheres são culpadas. É um fardo e tanto.
    • Os sentimentos que ambos os sexos compartilham são fadiga, problemas de sono, falta de interesse em atividades de que antes gostavam ou que antes faziam, pensamentos suicidas, mudanças no apetite (aumento ou diminuição), mudanças de peso (aumento ou diminuição) e inabilidade de se focar ou de se concentrar.
  12. Saiba que as estações afetam as mulheres. A depressão que vem com a chegada de uma estação específica (Transtorno Afetivo Sazonal, TAS, para nomear) também é mais frequente em mulheres. Esta forma de depressão passa com a chegada de estações melhores, como a primavera e o verão, mas volta com a chegada do inverno. Embora a causa dessa doença seja diferente, os sintomas são os mesmos — tristeza, alterações de humor, ansiedade, desejo por alimentos açucarados ou muito calóricos e problemas de sono estão presentes.
    • A TAS é um tipo de depressão causada pela falta de exposição à luz solar adequada. Ocorre normalmente entre pessoas que vivem em lugares frios, onde os invernos e a presença da neve são mais intensos e severos.
  13. Espere que as mulheres falem mais a respeito de seus sentimentos e de suas emoções. Elas não hesitam ou evitam confidenciar ou fraquejar na frente de familiares próximos ou de amigos em quem confiam. Obtêm apoio das lágrimas (isto é, podem chorar à vontade) para aliviar os sentimentos e as emoções esmagadores associados à depressão. Entretanto, chorar não faz a doença ir embora.
    • A depressão em mulheres, normalmente, coexiste com distúrbios alimentares, como bulimia, transtorno da compulsão alimentar periódica e anorexia. Alguns distúrbios de ansiedade, como o Transtorno Obsessivo Compulsivo, a paranoia e outras desordens também podem acompanhar a depressão em mulheres.

Dicas

  • Muito tempo e energia são gastos para iniciar e desenvolver os pensamentos negativos. Essa pilha de sensações ruins leva a pessoa a ter comportamentos negativos.

Avisos

  • É importante saber que o uso de antidepressivos por indivíduos jovens aumenta os pensamentos suicidas. É preciso lidar com muito cuidado com crianças.
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