Como Apoiar Alguém com Autismo Altamente Funcional

Опубликовал Admin
25-04-2017, 11:00
5 841
0
Descobrir como ajudar um ente querido com autismo altamente funcional (AAF) pode parecer um desafio. Há muitas maneiras de oferecer apoio, como ajudando a pessoa a controlar o comportamento e a se comunicar de forma eficaz. Se você tiver um filho com AAF, há algumas coisas que pode fazer para criar um ambiente familiar positivo.

Superando Desafios Comportamentais

  1. Crie uma agenda. Pessoas com AAF podem ter dificuldades com mudanças inesperadas na vida cotidiana. Por isso muitas vezes elas dependem de rotinas para ajudar a criar uma sensação de estabilidade para os seus dias. Quando essas rotinas sofrem mudanças o dia inteiro pode ser arruinado, levando à raiva, confusão e crises emocionais. Para evitar bagunçar a rotina do seu ente querido você pode:
    • Ajudá-lo a criar uma agenda pessoal. Intervalos de tempo podem ser usados para definir o que acontecerá durante cada parte do dia.
    • Manter uma agenda visual (escrita ou com imagens) em algum lugar que a pessoa possa olhar ao longo do dia.
  2. Avise a pessoa se o cronograma for ser ligeiramente alterado. Avisar se você planeja mudar a rotina é essencial. Coisas como consultas médicas podem alterar a programação, para preparar a pessoa para a mudança tente planejar o evento com ela para que ela saiba o que está por vir.
    • Por exemplo, você pode agendar uma consulta no dentista para a pessoa com AAF. É na próxima terça-feira, por isso vai interferir na programação regular. Coloque esse evento no calendário e converse com ela sobre isso com antecedência. Ela pode não ficar feliz com a mudança, mas pelo menos vai estar preparada.
  3. Identifique quais estímulos causam desconforto. Muitos indivíduos com AAF têm questões sensoriais e isso pode interferir na forma como se cuidam. Por exemplo, a textura ou o cheiro de pasta de dente podem causar grande desconforto. Alguns deles não gostam de cortar o cabelo. Isso pode ser devido a problemas sensoriai ou simplesmente porque não gostam de mudanças.
    • Se esses forem problemas comuns, converse com o seu ente querido sobre os estímulos. Tente observar o que causa desconforto ou apenas pergunte para ele. Ele pode ser capaz de expressar o desconforto ou fornecer pistas. Identifique quais são os problemas e tente encontrar maneiras de contorná-los.
    • Por exemplo, se ele não quiser escovar os dentes porque não gosta da pasta de dentes, tente levá-lo até o supermercado para escolher outra opção.
  4. Saiba como lidar com ataques emocionais. Indivíduos com AAF têm uma tendência a ter acessos ou surtos emocionais. Durante esses ataques pode parecer que a pessoa perdeu totalmente o controle emocional. A pessoa pode chutar, gritar, se jogar no chão ou bater a cabeça. Para lidar com esses surtos você precisa entender por que eles ocorrem. Cada indivíduo é diferente, mas algumas causas comuns incluem:
    • Ficar muito frustrado.
    • Receber muitas instruções verbais ao mesmo tempo.
    • Se sentir sobrecarregado devido a certos estímulos.
    • Mudanças na rotina.
    • Não ser capaz de compreender ou se comunicar de forma eficaz.
  5. Mantenha seu ente querido seguro durante o ataque. Se a pessoa surtar, entenda que ela não consegue controlar isso. Muitas vezes você simplesmente precisa deixar o ataque seguir seu curso. Mas se a pessoa estiver se ferindo será necessário interferir. Tente movê-la para longe de qualquer coisa que possa prejudicá-la.
    • Não deixe objetos por perto, para o caso de ela tentar se machucar ou cair no chão.
  6. Não grite com seu filho ou o repreenda durante um acesso de raiva. Não grite com seu ente querido ou critique seu comportamento. Isso não vai fazer nenhum bem e pode até piorar a situação. Gritar com a pessoa durante o ataque pode piorar a experiência. Ela pode se sentir julgada e sussurrar pode criar uma sensação de estresse.
    • Se você estiver em público e houver pessoas em volta olhando, educadamente peça que não fiquem encarando.

Comunicação Efetiva

  1. Entenda que AAF provavelmente envolve alguns desafios de comunicação. Embora esses indivíduos possam ser altamente funcionais, eles ainda podem experimentar dificuldades de comunicação. Um dos principais desafios que eles encaram é a falta de compreensão da linguagem corporal. Eles podem ter dificuldade em entender o que a linguagem corporal das pessoas diz sobre elas e pode ser um desafio produzir linguagem corporal adequada.
  2. Tente não se sentir ofendido por um tom desinteressado ou linguagem corporal rude. Devido a essa confusão sobre a linguagem corporal, um indivíduo com AAF provavelmente não usará linguagem corporal que corresponda a forma como ela está se sentindo. Esse também é o caso com o tom da voz. O tom de voz expressado muitas vezes não expressa o estado de espírito sentido. Por isso é importante lembrar de não considerar isso ou se sentir ofendido por tom de voz ou linguagem corporal rudes dirigidos a você.
    • Por exemplo, o tom de voz da pessoa pode parecer curto e grosso, mas ela pode estar de ótimo humor.
  3. Entenda que seu ente querido pode não entender certos tons de voz ou instruções verbais. Se a pessoa tiver autismo, lembre-se de não interpreta informações como indivíduos neurotípicos. Ela pode não ser capaz de entender sarcasmo, expressões idiomáticas, metáforas, etc. Além disso, se você estiver dando instruções verbalmente, avalie como a pessoa está reagindo. Ela pode responder melhor a instruções escritas ou pictóricas ou pode apenas exigir mais tempo de processamento antes de responder.
    • Por exemplo, a pessoa pode estar prestando atenção e ouvindo, mas pode levar algum tempo para entender o que você está dizendo.
  4. Tente procurar um espaço calmo para se comunicar. Seu ente querido pode sentir dificuldade para se comunicar em lugares muito barulhentos. Ele pode ficar estressado se você tentar se comunicar com ele em lugares com várias pessoas falando. Em vez disso, procure ambientes calmos onde pouco está acontecendo para conversar.
    • Por exemplo, se você tentar falar com seu amado em uma loja movimentada, ele provavelmente vai ter mais dificuldade em entender você, mesmo que possa ouvir claramente.
  5. Considere treinamento de foco para melhorar as habilidades sociais. O treinamento de foco é um curso de formação que pode ajudar seu ente querido a desenvolver estratégias de interações com outras pessoas. Este tipo de treinamento ensina os indivíduos a entender pensamentos e sentimentos. Geralmente é feito em grupo, embora também possa ser feito em sessão individual. Durante a terapia, espera-se que a pessoa desenvolva estratégias de regulagem emocional, conversação, resolução de problemas e amizade.

Criando um Lar Feliz para uma Criança com AAF

  1. Ensine técnicas tranquilizadoras. Seu filho provavelmente vai ficar chateado de vez em quando e pode acabar se descontrolando e caindo em um acesso de raiva. É importante ensinar técnicas tranquilizadoras para ele tentar permanecer no controle de suas emoções. Quando ocorrer um episódio ele pode praticar seus exercícios tranquilizadores. Esses exercícios podem incluir:
    • Praticar respiração profunda.
    • Contar para se acalmar.
    • Segurar um brinquedo ou objeto favorito até se sentir melhor.
    • Ioga, meditação ou alongamento.
    • Fazer uma pausa com música ou canto.
  2. Use cartões para ensinar seu filho. Usar cartões para ensinar sobre as emoções humanas tem mostrado bons resultados. Você pode comprar ou fazer cartões ilustrando expressões faciais comuns. Quando você mostra esses cartões e explica as emoções e as relaciona com você ou seu filho, ele tem mais chances de entender as expressões de outras pessoas.
    • Quando a criança compreender que imagens/rostos/expressões estão relacionados com quais emoções, trabalhe nas habilidades emocionais dela para vincular essas emoções com situações da vida real também. A representação visual da emoção é só o primeiro passo; a verdadeira compreensão emocional também envolve entender em que situações as pessoas sentem essas emoções.
  3. Ensine seu filho a mudar o assunto da conversa. Não é incomum que crianças com AAF se fixem em um assunto específico (conhecido como perseveração). Elas vão falar sobre seu interesse específico por horas sem mudar de assunto. É importante tentar ensinar seu filho a mudar de assunto. Para fazer isso:
    • Ensaie conversas comuns com a criança.
    • Encene diferentes conversas.
    • Elogie quando a criança iniciar qualquer conversa sobre assuntos que interessam a outras pessoas.
  4. Aprenda a avaliar a situação. Se você ver que seu filho está ficando sobrecarregado, tente ajustar a situação para evitar que ele se sinta desconfortável. Conheça o seu filho e preste atenção no que provoca desconforto.
    • Por exemplo, ir a um restaurante pode ser muito caótico para ele. Às vezes sair do ambiente por alguns minutos é o suficiente para recuperar o controle.
  5. Elogie imediatamente. Tente manter uma atitude positiva sobre o comportamento da criança em todos os momentos. O reforço positivo vai ajudar seu filho a entender quais comportamentos são adequados e quais devem ser evitados.
    • Você pode elogiar com palavras gentis, abraços e cócegas, um brinquedo ou tempo extra para assistir televisão, entre muitas outras opções.

Entendendo o Autismo Altamente Funcional

  1. Conheça o espectro do autismo. O autismo cria uma vasta gama de sintomas e gravidades. Como ele é um transtorno do desenvolvimento, comunicação e habilidades sociais tendem a ser um desafio. No entanto, existe um espectro que cria uma série de casos. Cada indivíduo se encontra em uma posição desse espectro.
    • O autismo altamente funcional (AAF) é menos severo e geralmente resulta em inteligência e habilidades acima da média.
  2. Considere os pontos fortes e desafios específicos. É importante entender os sintomas dele, depois de entender quais são os desafios você pode direcionar essas áreas. Todos esses componentes são importantes na escolha de opções de tratamento e mecanismos de enfrentamento.
  3. Conheça os sintomas semelhantes entre AAF e síndrome de Asperger. Ambos funcionam de forma bastante semelhante. Algumas fontes de referência para diagnósticos inclusive retiraram Asperger da lista, junto com o transtorno autista e o transtorno de desenvolvimento pervasivo, e os substituiram por um termo que os engloba: transtorno do espectro autista. A controvérsia sobre essa decisão permanece nas comunidades autistas e de pesquisa. Se você quiser comparar AAF com o diagnóstico tradicional de Asperger, a principal diferença envolve o desenvolvimento da linguagem. Crianças com AAF experimentam atrasos na linguagem cedo, assim como outras crianças com autismo. A seguir estão algumas das semelhanças entre AAF e Asperger:
    • Há um atraso na coordenação motora.
    • É um desafio interagir com os outros.
    • Usos abstratos da linguagem são difíceis de entender (por exemplo, sarcasmo, metáforas).
    • Interesse específico em determinados objetos ou informações, quase obsessivos por natureza.
    • Reações fortes a vários estímulos (sons, imagens, cheiros, etc.).
  4. Entenda que o seu ente querido quer interagir com as pessoas, mas pode ter dificuldade em abordar os outros. Você pode olhar para esses sintomas e achar que eles parecem exatamente iguais a outras formas de autismo. A diferença entre os indivíduos com AAF e outras formas de autismo se relacionam à interação social. Indivíduos com AAF querem interagir com as pessoas. O único problema é que não sabem como abordá-las. É difícil para eles ler linguagem corporal e compreender emoções. É por isso que é tão importante ajudar o máximo possível.

Dicas

  • A falta de sono pode aumentar a probabilidade de acessos de raiva. Certifique-se de que você ou seu ente querido descansem bastante.
  • Esteja ciente de que parte da programação da pessoa pode envolver certas esquisitices nos cuidados pessoais, como usar a mesma roupa em certos dias da semana.
  • Há um debate significativo sobre linguagem "focada na pessoas" ou "focada na identidade" - em outras palavras, se as pessoas autistas preferem ser chamados de "autistas" ou "indivíduos autistas" ou "indivíduos com autismo" ou "indivíduos que têm autismo".
O presente artigo não procura defender ou favorecer uma utilização terminologia. Pergunte ao seu ente querido o que ele prefere e lembre-se de que, em geral, não há necessidade de rotulá-lo com nada além de seu nome.
Теги:
Information
Users of Guests are not allowed to comment this publication.